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SAÚDE

Vacinas no lixo em Santa Catarina: quando a incompetência custa vidas

O descarte de mais de 1 milhão de doses de vacinas entre 2022 e 2024, revelado por reportagem da NSC TV, é um sinal claro de que algo está profundamente errado na gestão pública. Mais do que números frios, o que se perdeu foram vidas protegidas, oportunidades de prevenir doenças e milhões de reais do nosso dinheiro.

05/06/2025 09h11Atualizado há 2 semanas
Por: Jorge Francisco de Oliveira Guimarães
Enquanto o povo espera por saúde, mais de 1 milhão de doses de vacina foram jogadas fora nos últimos 3 anos. Só em Florianópolis, 128 mil doses no lixo e R$ 3,5 milhões perdidos! / Foto: internet
Enquanto o povo espera por saúde, mais de 1 milhão de doses de vacina foram jogadas fora nos últimos 3 anos. Só em Florianópolis, 128 mil doses no lixo e R$ 3,5 milhões perdidos! / Foto: internet

Florianópolis lidera esse triste ranking, com mais de 128 mil doses jogadas no lixo — o equivalente a R$ 3,5 milhões. As justificativas são recorrentes: transporte inadequado, falhas na conservação, frascos que vencem antes de serem usados, baixa procura da população. Em outras palavras: falta de planejamento, desorganização e negligência com um bem essencial.

É preciso dizer com todas as letras: isso é incompetência. E quando a incompetência afeta a saúde pública, ela deixa de ser apenas um problema de gestão e passa a ser um crime moral contra a população, especialmente os mais vulneráveis.

Como alguém que acredita na força do SUS e na importância das campanhas de imunização, ver esse desperdício acontecer me revolta. Ainda mais quando se sabe que muitos municípios pequenos, como Garopaba, nem sequer têm seus dados revelados, o que pode indicar subnotificação ou falta de transparência.

Nos acostumamos a ouvir que "foi só um lote", que "a validade era curta", ou que "não houve adesão suficiente". Mas por trás dessas desculpas há uma realidade perversa: ausência de política pública ativa para conscientizar, convocar e proteger a população. Vacina não é mercadoria. É instrumento de vida.

O que esperamos das prefeituras e do governo do Estado é o mínimo: respeito pelo bem público, compromisso com a saúde coletiva e responsabilidade no uso dos recursos. Que cada frasco de vacina descartado seja visto como um alerta, e não como uma simples estatística de almoxarifado.

E que a sociedade cobre. Porque o que está em jogo não é só dinheiro perdido. É a confiança no serviço público, na ciência e no direito de viver com dignidade.

 

  • Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do ARENA DE NOTÍCIAS.

 

Sobre o autor: Jorge Francisco de Oliveira Guimarães é Cientista Social, professor de sociologia, foi sindicalista e atuou por 16 anos na Câmara dos Deputados. Trabalhou no INEP, contribuindo com a educação pública, e foi diretor da Fundação de Assistência Social de Porto Alegre.

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