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Tragédia não é propaganda, governador Eduardo Leite!

Um ano depois que a enchente destruiu a vida de milhares de famílias no Rio Grande do Sul, o governo do Estado resolveu aparecer com um vídeo cheio de produção, música emocionante e frases bonitas. O nome? “Todos Nós por Todos Nós”. Só que, na prática, esse vídeo podia se chamar “Todos por Eduardo Leite”.

15/05/2025 11h46Atualizado há 1 mês
Por: Jorge Francisco de Oliveira Guimarães
Eduardo Leite, governador do RS, fez vídeo com dinheiro público pra se promover. Enquanto o povo luta pra reconstruir a vida, ele posa de herói. Tragédia não é palanque! Respeito é o mínimo com quem perdeu tudo! / Foto: reprodução
Eduardo Leite, governador do RS, fez vídeo com dinheiro público pra se promover. Enquanto o povo luta pra reconstruir a vida, ele posa de herói. Tragédia não é palanque! Respeito é o mínimo com quem perdeu tudo! / Foto: reprodução

Em vez de mostrar o povo que salvou vidas, que acolheu vizinho, que ficou dias sem dormir ajudando quem perdeu tudo, o vídeo mostra Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, como se fosse o herói da história. Ele aparece o tempo todo: de helicóptero, discursando, abraçando gente, posando pra câmera. Tudo muito bem produzido. Parece mais propaganda de campanha do que prestação de contas.

E o pior: isso foi feito com dinheiro público. Dinheiro que podia estar sendo usado pra reconstruir casa, comprar colchão, arrumar escola, garantir atendimento nos postos de saúde. Mas não. Foi gasto num vídeo pra promover a imagem do governador.

Isso aí fere os princípios da moralidade e da impessoalidade. Governo não é pra fazer marketing pessoal. E isso pode ser, sim, ato de improbidade administrativa. Porque é usar a estrutura pública pra benefício próprio.

Quem ajudou de verdade nessa tragédia foi o povo. Foi o bombeiro que entrou na água gelada, foi a mãe que pegou o filho no colo e correu, foi o voluntário que fez comida, foi a rede de solidariedade que nasceu do coração das pessoas, não do gabinete do Palácio Piratini.

Eduardo Leite quer aparecer agora como o grande responsável pela reconstrução. Mas onde ele tava quando a água tava subindo? E onde tá agora, quando muita gente ainda vive no barro, sem saber por onde recomeçar?

A dor do povo não pode virar palco. Tragédia não é cenário pra vídeo bonito. Se quer mostrar serviço, que mostre ação, e não edição de vídeo.

Esse tipo de manobra precisa ser denunciado, investigado e combatido. Porque se deixar passar, amanhã vão transformar qualquer desgraça em material de campanha. E o povo não é bobo. A gente vê, sente e fala.

O Rio Grande do Sul precisa de governo sério, com compromisso real com quem mais sofreu. E não de um governador que tenta surfar na onda da emoção pra se promover.

 

 

Sobre o autor: Jorge Francisco de Oliveira Guimarães é Cientista Social, foi sindicalista e atuou por 16 anos na Câmara dos Deputados. Trabalhou no INEP, contribuindo com a educação pública, e foi diretor da Fundação de Assistência Social de Porto Alegre.

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