Feira Comunitária de Garopaba fortalece laços e mostra que outro modelo de economia é possível

Mais do que um espaço de vendas, a feira consolidou-se como um verdadeiro ponto de encontro da economia solidária, do protagonismo popular e do envolvimento comunitário. Reunindo artesãos, terapeutas, produtores e trabalhadores autônomos, o evento criou um ambiente de cooperação, onde o lucro dá lugar à partilha, ao apoio mútuo e à valorização dos saberes populares.

A diversidade de produtos chamou a atenção: peças em crochê, semijoias, alimentos naturais, temperos, roupas de brechó, tênis e até quadros decorativos produzidos com conchas recolhidas nas praias da região. Tudo isso expressando a ligação profunda entre a criação artesanal e o território.

Durante toda a tarde, o clima foi de apoio mútuo e construção coletiva. Os participantes trocavam experiências, divulgavam os trabalhos uns dos outros e acolhiam quem chegava, criando um espaço afetivo e acolhedor para toda a comunidade. Mais do que mercadorias, eram oferecidas histórias, afetos e vínculos.

A programação também contou com música ao vivo e massagem terapêutica, atraindo famílias inteiras e fortalecendo o senso de pertencimento local.

A Feira Comunitária de Garopaba mostrou, na prática, a força de uma economia baseada na confiança, inclusão e sustentabilidade. Ao final do dia, o que ficou marcado foi o respeito mútuo, a alegria do encontro e a esperança partilhada entre todos os envolvidos.

Esses são apenas os primeiros passos de uma caminhada coletiva que tem o potencial de transformar realidades, fortalecer laços e inspirar novas formas de viver e produzir. A Feira é um exemplo concreto de que outro modelo de economia — mais humano, justo e conectado à vida real — já está acontecendo, aqui e agora.

Sobre o autor: Jorge Francisco de Oliveira Guimarães é Cientista Social, foi sindicalista, atuou por 16 anos na Câmara dos Deputados e foi diretor da Fundação de Assistência Social de Porto Alegre.