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O que falta para o ex-prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, ser preso?

Durante o primeiro Mutirão de sua administração, o prefeito Sandro Mabel revelou um cenário alarmante: dívidas de até R$ 2 bilhões na Prefeitura de Goiânia, contradizendo os valores apontados em artigo da jornalista Cileide Alves. A situação levanta dúvidas sobre o destino desses recursos e provoca um debate sobre responsabilidade e transparência.

Luiz Cláudio Cavalcante
Por: Luiz Cláudio Cavalcante
04/01/2025 às 19h06 Atualizada em 13/01/2025 às 11h46
O que falta para o ex-prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, ser preso?
Prefeitura de Goiânia enfrenta dívidas que chegam a R$ 2 bilhões, segundo Sandro Mabel, enquanto o ex-prefeito Rogério Cruz deixou um déficit registrado de R$ 322 milhões. A população questiona: onde foram parar os recursos? | Foto: Perfil do ex-prefeito

A revelação do prefeito Sandro Mabel durante o primeiro Mutirão de sua gestão chocou os goianienses. Segundo ele, as dívidas da Prefeitura de Goiânia alcançam a marca de R$ 2 bilhões, um número muito superior aos mais de R$ 300 milhões mencionados no artigo (clique aqui para ler o artigo no site do jornal O Popular)/(clique aqui para ler o artigo em PDF) da respeitada jornalista Cileide Alves, publicado no jornal O Popular. Essa discrepância nos números levanta dúvidas e abre espaço para questionamentos sobre a gestão anterior, liderada pelo ex-prefeito Rogério Cruz.

O artigo de Cileide Alves, uma profissional reconhecida pela profundidade de suas apurações, expôs detalhes financeiros da administração passada, destacando déficits e restos a pagar. Segundo o texto, a gestão de Cruz encerrou o mês de outubro com um déficit de R$ 322 milhões, abaixo do previsto na época, mas ainda preocupante. A jornalista também apontou que recursos provenientes de um empréstimo de R$ 710 milhões com o Banco do Brasil foram parcialmente utilizados, restando mais de R$ 582 milhões disponíveis.

"Segundo informações apuradas com fontes da prefeitura, a gestão de Rogério Cruz fechou o mês de outubro com déficit de R$ 322 milhões, abaixo dos R$ 340 milhões previstos na época", destacou Cileide. Esses dados, acompanhados de informações sobre o uso de verbas para educação e outros projetos, reforçam a necessidade de uma análise minuciosa das finanças municipais.

Enquanto isso, o secretário da Fazenda de Goiânia, Valdivino de Oliveira, apresentou números ainda mais elevados. Para ele, as dívidas do município podem variar entre R$ 2,2 bilhões e R$ 3 bilhões, agravando as incertezas sobre o futuro financeiro da cidade. Essa diferença nas cifras apenas reforça a urgência de uma auditoria transparente e rigorosa para esclarecer o cenário.

As consequências desse rombo não são apenas números. Goiânia enfrentou uma grave crise na saúde pública durante a gestão passada, com relatos de pacientes sem atendimento adequado e serviços essenciais comprometidos. O caos administrativo, segundo especialistas, pode ter contribuído para uma tragédia que ainda exige respostas claras e ações concretas.

O Ministério Público de Goiás, o Tribunal de Contas dos Municípios e demais órgãos fiscalizadores têm em mãos a missão de apurar eventuais responsabilidades e desvios. Caso confirmados, espera-se que os envolvidos, incluindo o ex-prefeito Rogério Cruz, respondam judicialmente pelos danos causados.

Trocando em miúdos

A jornalista Cileide Alves destacou, em seu artigo, que estão misturando "alhos com bugalhos". Essa dívida de R$ 2,2 bilhões ou R$ 3 bilhões, como afirmou Valdivino, não é diretamente do Tesouro Municipal. O Tesouro é responsável pelas dívidas da administração direta, como as da própria Prefeitura e de alguns poucos órgãos. Já a Comurg e o IMAS fazem parte da administração indireta, e essa dívida, em particular, não foi inteiramente contraída durante a gestão de Rogério Cruz. Por mais que a administração dele tenha sido amplamente criticada, essa dívida é antiga, acumulada ao longo de várias décadas. A preocupação aqui é não misturar os fatos. O déficit entre receita e despesa do Tesouro até outubro é de R$ 322 milhões. Esse valor vai aumentar, pois ainda há contas de novembro e dezembro a serem pagas, mas ele não deve ser confundido com a dívida consolidada do IMAS e da Comurg.

Por enquanto, a pergunta que ecoa entre a população é direta: como uma cidade que deveria estar crescendo chega a um déficit bilionário sem explicações plausíveis? Goiânia exige transparência, justiça e a certeza de que os responsáveis serão devidamente investigados.

Mudando de assunto (sic)

E antes de terminar, permitam-me sugerir um filmáço imperdível: Prenda-me Se For Capaz. Uma obra de Steven Spielberg com roteiro brilhante de Jeff Nathanson e atuações de peso de Leonardo DiCaprio e Tom Hanks. Ah, que fique claro: essa indicação, absolutamente, não tem nada a ver com o tema discutido no meu artigo. Afinal, qualquer semelhança entre a trama de um talentoso golpista e a realidade de certas administrações públicas é mera coincidência, não é mesmo?

Veja o trailer oficial:

 

Sobre o autor: Luiz Cláudio Cavalcante é servidor público, especialista em comunicação em redes sociais e assessor parlamentar. Jornalista e produtor audiovisual, ele também é membro da executiva do Sindicato dos Jornalistas de Goiás, onde atua na defesa dos direitos da categoria e na promoção de uma comunicação de qualidade...

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