Policiais militares de grupo de elite em Goiás gravaram um vídeo durante um treinamento em que cantam uma música que faz apologia à execução de “bandidos” e incentiva a “caça” de testemunhas. “Matar o bandido, acende uma vela, bota ele na mala, eu vou pra estrada velha. Eu tenho uma notícia e um corpo baleado. E a testemunha, aponta o caçador, eu quero a testemunha na sexta-feira à tarde. Eu tô de viatura, caçando esse covarde. Se eu pego, atiro sem dó nem compaixão. Minha emoção é zero, o verdadeiro inferno”, diz trecho da canção, cantada no estilo jogral.
O treinamento em questão é do Comando de Operações de Divisas (COD), batalhão especial da PM de Goiás envolvido em diversas polêmicas desde que passou a ser comandado pelo tenente-coronel Edson Melo, também conhecido como Edson Raiado.
Edson é o oficial que declara ter matado o bandido Lázaro Barbosa em 2021, no Entorno de Brasília, e que recentemente voltou a aparecer na imprensa como segurança particular do pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB). Além disso, Edson é ex-chefe de segurança do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
Em abril deste ano, o tenente-coronel Edson foi afastado, e o comando do COD acabou trocado depois que um vídeo revelou possivel confronto forjado que terminou com duas mortes durante uma ocorrência em Goiânia. Após o episódio, o oficial se tornou segurança de Pablo Marçal (conforme informado anteriormente). Um policial do COD foi filmado pedindo para o motorista de um carro abordado colocar a mão na cabeça e, em seguida, atirando contra o homem rendido. A ocorrência aconteceu no dia 1º de abril.
Logo após a saída de Edson, vários comandos dentro da PM de Goiás foram trocados. A instituição vive uma crise interna, principalmente depois da investigação da Polícia Civil que revelou a participação de vários policiais militares no assassinato do ex-coordenador do antigo DEM em Anápolis Fábio Alves Escobar Cavalcante.
Ele foi executado em uma emboscada, em 2021, mas as investigações só foram concluídas no ano passado. Segundo o inquérito da Polícia Civil, Escobar foi morto por causa de denúncias que fazia sobre um esquema de corrupção no partido em Anápolis. Outras sete pessoas morreram nos dias seguintes, como queima de arquivo, segundo a denúncia do Ministério Público.
Sensação
Vento
Umidade